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E como funciona a Farmacogenética?

Por Prof. Juarez Inácio*

uipi-farmacogeneticaSabendo qual proteína será utilizada como alvo para a produção do fármaco alguns procedimentos genéticos serão necessários para que esta proteína escolhida que praticamente todas as vezes estão em pequena quantidade e em condições de difícil isolamento e purificação. Para vencer este problema (pequena quantidade) é preciso executar passos ou técnicas que possibilitem a manipulação destas proteínas.

Na grande maioria dos casos utiliza-se a engenharia genética (DNA recombinante) que induz a alta produção. Uma sequência do DNA que promove uma expressão (produção) aumentada de tais proteínas recebe o nome de promotor e são estes promotores a arma para a obtenção da maior produção e consequentemente a maior facilidade de manipulação e estudo das propriedades e estruturas protéicas.  Maior quantidade da matéria prima (proteína) não basta, pois a purificação também é outro item de importância capital no sucesso no uso das mesmas como fármacos.

A proteína alvo pode ser expressada juntamente com outro polipeptídeos ou proteínas que permitem fácil purificação. Já existem estratégias como estas tal como a proteína ligante da maltose (MBP), uma cauda de histidina (His-tag) e o sistema glutation-S-transferase (GST). Os organismos ou microrganismos mais utilizados são, E. coli, levedura, baculovírus, células de insetos e de mamíferos.

A obtenção de proteína-alvo purificada em larga escala permite o desdobramento para duas estratégias que seria o desenvolvimento de um ensaio de atividade para triar compostos que apresentem atividade sobre a proteína alvo. Uma outra estratégia seria a bioprospecção de compostos naturais, pois sabe-se que 40% das drogas em uso clínico são produtos naturais ou derivados.

Uma vez descobertos compostos que são promissores no uso como fármacos, dá-se o início à fase pré-clínica que tem como missão a busca das propriedades fisiológicas, estabilidade, efetividade, dose efetiva, via de administração, características dinâmicas de absorção, metabolismo e excreção, bem como promover estudos toxicológicos completos em animais.

Demora cerca de 10 a 15 anos para que um fármaco entre em circulação e não é incomum a retirada de medicamentos do mercado pela identificação de efeitos não previstos e indesejáveis. Espera-se que no novo milênio existam investimentos maiores para a pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos.

Imagem: mariliaescobar.wordpress.com

 
*Prof. Dr. Juarez Inácio é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (1995), Mestre em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia (1999) e Doutor em Genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (2004). Atualmente é Professor Titular do Centro Universitário do Triângulo. Exerce o cargo de Diretor Técnico Científico e Perito do Laboratório MedGen, Tecnologia Avançada em DNA, atuando na área de Genética, com ênfase em Genética Molecular e Bioética. Trabalha principalmente com os seguintes temas: Investigação de Paternidade e Criminal, Terapia com Células Tronco, PCR, HPV, Marcadores Moleculares e Bioética (novas tecnologias). Ex Diretor Técnico Científico do Laboratório BioGenetics (1996-2008), ex Coordenador do Curso de Biologia do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI (2005 e 2006) e ex professor titular da Universidade Presidente Antônio Carlos, atuando nas áreas de Biologia Molecular, Biotecnologia e Radiobiotecnologia e como consultor ad-hoc do Cnpq/Capes, bolsas PIBIC ). É Membro Ativo da International Association Identification (IAI) ; American Association Blood Banks (AABB) e Sociedade Brasileira de Genética (SBG).

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