Entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, nove capitais brasileiras anunciaram o aumento das tarifas de ônibus minicipal e outras cinco discutem a possibilidade de aumentar o preço das passagens nos próximos meses. Em 2013, muitas prefeituras desistiram de aumentar o preço das passagens após os protestos de junho, mas pelo menos sete capitais aumentaram o valor ao longo de 2014. Com o anúncio do aumento das tarifas, o Movimento Passe Livre (MPL) anunciou protestos contra o aumento em diversas cidades.
Nesta sexta-feira (9) está marcado um protesto em São Paulo. Em 2013 a prefeitura havia anunciado um aumento de R$ 0,20 mas desistiu da medida após os protestos. A passagem na capital subiu em janeiro deste ano de R$ 3 para R$ 3,50, a tarifa mais cara do país, seguida pelo Rio de Janeiro, onde o valor subiu de R$ 3 para R$ 3,40.
Confira no mapa o valor da tarifa do ônibus municipais em todas as capitais brasileiras:
Aracajú (SE): o valor da tarifa subiu de R$ 2,35 para R$ 2,70 em dezembro de 2014
Belém (PA): o valor da tarifa subiu de R$ 2,20 para 2,40 em maio de 2014
Belo Horizonte (MG): o valor da tarifa subiu de R$ 2,85 para R$ 3,10 em dezembro de 2014
Boa Vista: o valor da tarifa subiu de R$ 2,60 para R$ 2,80 em janeiro de 2015
Brasília: o valor da passagem varia de R$2 a R$ 3 dependendo do ônibus e do trajeto, sem reajuste desde 2009
Campo Grande: a tarifa subiu de R$ 2,70 para R$ 3 novembro de 2014
Cuiabá: a passagem está em R$ 2,80 mas deve sofrer reajuste em janeiro de 2015, o novo valor está em discussão
Curitiba: o valor da passagem subiu de R$ 2,70 para R$ 2,85 em novembro de 2014
Florianópolis: o valor da passagem subiu de R$ 2,60 para R$ 2,75 maio de 2014
Fortaleza: a passagem do ônibus municipal está em R$ 2,20 e o possível reajuste desse valor está em discussão
Goiânia: o valor da passagem subiu de R$ 2,70 para R$ 2,80 em maio de 2014
João Pessoa: o valor da passagem subiu de R$ 2,20 para R$ 2,35 em julho de 2014
Macapá: o valor da passagem permanece em R$ 2,10
Maceió: o valor da passagem está em R$2,50 mas está previsto um aumento para R$ 2,85 em março
Manaus: o valor da passagem está em R$ 2,75 e um possível aumento está em discussão
Natal: o valor da passagem subiu de R$ 2,20 para R$ 2,35 em julho de 2014
Palmas: o valor da passagem permanece em R$ 2,50 não há previsão de reajuste
Porto Alegre: Na capital gaúcha o valor da passagem está R$ 2,95 e um possível aumento está discussão
Porto Velho: o valor da passagem permanece em R$ 2,60 não há previsão de reajuste
Recife: o valor da passagem está em R$ 2,15 e o possível aumento está sendo discutido
Rio Branco: a passagem subiu de R$ 2,40 para R$ 2,90 em dezembro de 2014
Rio de Janeiro: o valor da passagem subiu de R$ 3 para R$ 3,40 em janeiro de 2015
Salvador (BA): o valor da passagem subiu de R$ 2,80 para R$3 em janeiro de 2015
São Luís: o valor da passagem aumentou de R$ 2,10 para R$ 2,40 em junho de 2014
São Paulo: o valor da passagem aumentou de R$ 3 para R$ 3,50 em janeiro de 2015
Teresina: o valor da passagem está em R$ 2,10 e um possível auimento está em discussão
Vitória: o valor da passagem está em R$ 2,45 e um possível aumento está em discussão
O que é o Movimento Passe Livre?
O Movimento Passe Livre (MPL), cuja principal bandeira é a tarifa zero no transporte público, surgiu de forma espontânea e embrionária em 2003 em Salvador, capital da Bahia. Durante dez dias, milhares de jovens, estudantes e trabalhadores fecharam as principais vias públicas da cidade para protestar contra o preço dos ônibus, evento que ficou conhecido como “Revolta do Buzu” e deu origem ao documentário de mesmo nome dirigido por Carlos Pronzato.
Em 2004, inspirados nos acontecimentos de Salvador, foi a vez de Florianópolis (SC) ser palco dos protestos que ficaram conhecidos como “Revolta da Catraca”, com participação de estudantes, associações de moradores, professores, sindicatos e população em geral.
Em 2005, o “Movimento Pelo Passe Livre” da capital catarinense organizou uma grande plenária no quinto Fórum Social Mundial, onde nasceu o Movimento Passe Livre, como um movimento social autônomo, apartidário, horizontal e independente, que luta por “transporte público de verdade, gratuito para o conjunto da população e fora da iniciativa privada”.
Fonte: EBC