Um dos grandes desafios de ser líder de uma equipe é equilibrar o uso do tempo tanto no trabalho quanto o tempo que o trabalho ocupa em sua vida. E o sucesso em cumpri-lo é fator-chave para alcançar bons resultados a longo prazo.
Conheci um líder que vivia reclamando da baixa iniciativa da equipe e do acúmulo de atividades rotineiras que ele mesmo tinha que fazer. O trabalho se arrastava até tarde da noite, o que gerava nele um sentimento de cansaço e frustração. Os prazos não estavam sendo cumpridos e os resultados estavam medíocres.
Na vida profissional, o líder deve aprender a lição número 1: a utilização de seu tempo muda a partir do momento que você não é mais reconhecido pelo que executa, mas sim pelo trabalho de outras pessoas, isto é, pelo trabalho de sua equipe. E, sendo assim, a maior parte do seu tempo deverá ser destinado para planejar, alocar recursos e gerir pessoas. Resumindo: há que se aprender a delegar!
Falar é fácil, fazer é difícil! Muitas vezes, aquele que é promovido à liderança se destacava por sua proficiência técnica. Quando vira líder, espera que a equipe seja tão boa quanto ele. E quando não encontra ninguém assim, acaba tomando para si os problemas, porque acha que resolve mais rápido e melhor do que os outros.
Resultado: a equipe não se desenvolve, o líder vira o conhecido “homem-resposta”. Tudo o que a equipe tem que resolver, pergunta para o líder. E ele responde. É um ciclo vicioso retroalimentado pelo próprio líder, que se sente muito bem por ser a referência na resolução de problemas. Só que ele se esquece de que esse “poder” é um tiro no próprio pé, pois em curto espaço de tempo, esse seu movimento contribuirá para desenvolver uma equipe que ele mesmo qualificará como ineficiente, passiva, sem iniciativa.
Como fazer, então?! Um bom começo seria o líder devolver a pergunta para o subordinado. Exemplo: “Chefe, o que eu faço com o cliente x?” E o chefe devolve: “O que você faria para resolver essa questão da melhor maneira possível?” Obviamente, o chefe deverá ouvir atentamente, sem interrupções e sem fazer cara de desprezo.
Ele deverá conter seu ímpeto de querer melhorar a ideia do subordinado e, no máximo, acrescentar mais algumas perguntas do tipo: “Como você acha que essa ideia irá chegar nesse resultado?”; “O que você ainda não tentou sobre esse assunto?”; “De que forma essa ideia irá trazer resultado a médio e longo prazo?”
Pode ser que a pressa impeça o líder de esperar para que o subordinado chegue à solução adequada. Mas esse tempo que é investido aos poucos, no dia a dia, pode trazer um retorno imensurável por amadurecer a equipe, criar um senso de responsabilidade nos subordinados, e produzir um clima de maior autonomia. Assim, sobrará mais tempo para o líder utilizar em questões mais estratégicas, visando o futuro da empresa. Sobrará, então, tempo para liderar.